Kitana Cabral considera que o sorteio de Atenas foi benevolente com Cabo Verde

Com boas condições físicas e acções tácticas inteligentes
em quadra, a equipa Cabo-verdiana de Basquetebol tem
possibilidades de vencer as selecções da Nova Zelândia e
Alemanha, suas adversárias do Grupo B, na primeira fase
do Torneio Pré-Olímpico que acontece em Atenas, Grécia,
de 14 a 20 de Julho.
Para vencer seleções mais experientes, os bravos
crioulos contam colocar em quadra factores surpresa, uma
vez que ao contrário das outras onze seleções que disputam
as últimas 4 vagas para os Jogos de Pequim,China, a
equipa cabo-verdiana é a menos conhecida. “Considero
que o sorteio foi extremamente favorável para Cabo
Verde, pois adversários como a Grécia, que jogará em
casa, Porto Rico e a Croácia seriam muito mais difíceis.
Na chave B com a Nova Zelândia e a Alemanha temos
boas chances de qualificar”, revela o presidente da Federação
Cabo-verdiana de Basquetebol, Kitana Cabral.
A partir do dia 10 de Junho, os jogadores convocados
pela FCB começam a chegar à Praia, cidade escolhida para
a primeira etapa de treino, que começa no dia 14 de Junho.
O local para a realização dos treinos nas três semanas
seguintes ainda não está definido, mas Brasil, França, ou
Espanha são, para já hipóteses.
Dos 18 jogadores a serem convocados, apenas 12 farão
parte da selecção que irá a Atenas. “Pusemos um lote
muito forte de jogadores à disposição do selecionador.
Temos um cabo-verdiano com 2,16m de altura e um lote
de 4 ou 5 com mais de 2 metros. Quatro desses atletas
estão actualmente em Angola, temos um grande reforço
nos Estados Unidos da América, e ainda em Portugal
e outros países”, diz Kitana Cabral.
Contra a experiência e melhores condições de treino
dos adversários, o cuidado vai para a preparação física e
emocional. “Por isso, além do médico e do massagista,
a nossa equipa vai integrar um psicólogo. Pela primeira
vez usaremos este suporte porque observamos que,
por pouca coisa, os nossos atletas vão abaixo emocionalmente”.
Duas vantagens tem a equipa de Cabo Verde, segundo
o presidente da FCB: o facto de ser desconhecida, “os
adversários não conhecem o nosso estilo de jogo” e de
os atletas cabo-verdianos estarem habituados ao contacto
físico. “Estamos conscientes das dificuldades, mas
usando a inteligência e com bom preparo físico, podemos
obter óptimos resultados. Temos vantagens sobre
os europeus, que não estão acostumados ao contacto
físico. E olhe que não é a agressão, mas a marcação de
um ou mais jogador de forma muito próxima pode desestabilizá-
lo. Pode levar nossos adversários a cometer
erros”, explica Kitana Cabral.
O Pré-Olímpico de Basquetebol será disputado por
quatro grupos de três equipas, que disputarão entre si os
três ou quatros lugares cimeiros, com os quais garantem a
sua presença nos Jogos Olímpicos de Pequim, na China.
“O Torneio Pré-Olímpico será uma preparação para os
Jogos Africanos de 2009. O bom desempenho em Atenas
permite-nos projectar os primeiros lugares naqueles
jogos”, perspectiva Kitana Cabral.
Lance