Thursday, July 10, 2008

Polémica: FCK diz que DGD foi “parcial e usou de força política”


O presidente da Federação Cabo-verdiana de Karaté (FCK), João Correia, procurou o asemanaonline para contestar a decisão da Direcção-Geral dos Desportos (DGD), que terça-feira, 08, reconheceu a Federação Cabo-verdiana de Artes Marciais (FCAM) como a única representante legal da modalidade no país.

Correia explica que o desgaste com a DGD começou na assinatura do contrato-programa relativo ao ano de 2008. Na ocasião, por problemas na prestação de contas, causados, de acordo com o dirigente, pela ex-vice-presidente da entidade, Rosa Pinheiro (actual dirigente da FCAM), a FCK não recebeu os 1086 contos previstos para seu orçamento. “Contornamos a situação com a DGD, mas aí veio a notícia da criação desta nova federação, formada por dissidentes da FCK”, explica Correia.
Diante do impasse da coexistência de duas federações a medir forças para gerir o karaté cabo-verdiano, a FCK entrou na justiça para resolver o imbróglio. “Nos sentimos lesados. É ilegal o facto de existir duas entidades para uma mesma modalidade. Há 15 dias, entramos com uma petição no tribunal”, conta João Correia.
A espera do julgamento, o dirigente da FCK ficou indignado com o posicionamento do director dos desportos, Inácio Carvalho, que, segundo ele, “usou da força política para influenciar a decisão do Ministério Público, ou seja, foi totalmente parcial para favorecer a FCAM”.
Sobre a alegação da DGD que a FCK “está afectada pelo vício da inexistência jurídica”, João Correia afirma que federação foi criada há dois anos e que sempre manteve relações com a Direcção Geral dos Desportos. “Se supostamente fôssemos ilegais, como assinámos contratos, prestámos contas e tivemos o aval escrito de filiação do Comité Olímpico Internacional (COI) e da Federação Internacional de Karaté?” - indaga.
Correia ainda pondera que a FCAM é que está fora da lei, pois “’artes marciais` não é uma modalidade específica, portanto, não poderia ter sido constituída uma federaçãp desportiva”.
Quanto às eleições da entidade, classificadas pela DGD de “nulas” por não estarem presentes um quinto dos associados, Correia diz que os pleitos atenderam a todos os requisitos legais. “Mesmo com as convocatórias, o presidente da Associação de Santiago Sul não compareceu, mas as de Santiago Norte e do Fogo estavam lá. Tudo foi na base da democracia. Temos um sector administrativo e ninguém nunca impugnou tal corpo social”, ressalta.
Com isso, Cabo Verde corre o risco de ficar fora das competições de cunho internacional, pois perante à Federação Cabo-verdiana de Karaté e o COI, a FCK continua a representar o karaté nas ilhas, ou seja, é a única filiada. “Peço aos karatecas crioulos que mantenham a serenidade e sejam leais à modalidade. O que está a passar é o uso da força política, mas a lei sobrepõe a tudo isso. Inclusive, vamos participar de 03 a 10 de Agosto no CAN do Mali”, conclui.

Asemana

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