Monday, November 12, 2007

Gilson Silva, Etoile Sportive du Sahel, é o primeiro cabo-verdiano campeão africano


O foguense Gilson Silva, representando o Étoile Sportive du Sahel da Tunísia, é o primeiro futebolista cabo-verdiano campeão africano quando nesta sexta-feira a sua equipa venceu na segunda mão da final da Liga dos Campeões o Al Ahly, orientado pelo português Manuel José (3-1).
Depois do nulo na primeira mão, a equipa tunisina colocou-se em vantagem perto do intervalo. O Al Ahly ainda empatou, mas o resultado não era suficiente e, já nos descontos, o Étoile marcou mais dois golos que selaram a vitória.

Com 65 mil espectadores no Estádio Internacional do Cairo, o Al Ahly entrou melhor. A equipa egípcia, que procurava a terceira vitória consecutiva na competição, a quarta para o treinador português, teve várias oportunidades e viu um golo não validado por fora-de-jogo a Aboutrika, aos 40 minutos.

Mas foi o Etoile Sahel a marcar, num remate de Afwan Gabry. O golo aconteceu mesmo em cima do intervalo, mas o Al Ahly teve a melhor resposta no arranque da segunda parte. Aos 49m, Al Nahas marcou após um livre do angolano Gilberto a abrir a segunda parte.

O jogo entrou depois num período mais tenso. Aos 58 minutos o Al Ahly reclamou penalty, após queda de Aboutrika na área, mas o árbitro não assinalou. Quatro minutos mais tarde as coisas complicaram-se para a equipa de Manuel José, com a expulsão de Al Nahas, que viu vermelho directo por uma entrada sobre Chermiti, quando este se isolava perto da entrada da área.

A dez minutos do final o Al Ahly voltou a pedir penalty, por alegada mão na área, de novo sem sucesso. Com o ambiente no estádio ao rubro e os adeptos do Al Ahly a apoiar a sua equipa, o jogo ficou bem mais solto. Ainda houve tempo para o Al Ahly contestar outra decisão do juiz, um fora-de-jogo. E foi o Étoile Sahel quem marcou: primeiro Chermiti, depois Ali Nafkha.

MANUEL JOSÉ: «ISTO TINHA DE ACABAR»

«A arbitragem é o grande problema do futebol em África e isso ficou patente neste jogo». Foi assim que Manuel José iniciou a abordagem à derrota (1-3) do Al Ahly frente ao Étoile Sahel, na 2.ª mão da final da Liga dos Campeões Africanos.

A turma egípcia, orientada pelo português, entrou no Estádio Internacional do Cairo para ganhar a 3.ª Champions consecutiva e carimbar o passaporte para o Mundial de Clubes, mas baqueou perante os tunisinos. Contudo, Manuel José aponta o dedo ao homem do apito: «Na 1.ª mão não nos deixaram ganhar e hoje [ontem] isso viu-se de novo, com dois penáltis não assinalados.»

O treinador assume que os pupilos «acusaram a responsabilidade de ter de ganhar», algo que dificultou a tarefa. «Eles estavam sob pressão e em cima do intervalo, péssima altura, tiveram uma desconcentração que deu o golo deles», revelou.

Apesar da terem respondido no início da segunda parte, a expulsão de Al Nahhas, aos 60’, deitou tudo a perder. «Ficámos com dez e foi mais complicado», rematou.

FIM

Este resultado determinou o final de um ciclo glorioso do Al Ahly, que conta com cinco Ligas dos Campeões no historial, duas delas nas últimas três épocas. Algo que deve ser encarado naturalmente: «Estas vitórias atrás de vitórias tinham de acabar. Foi hoje.»

No final do jogo, os adeptos da capital egípcia não foram meigos para Manuel José, com críticas e arremesso de objectos. Algo que não incomoda: «Ninguém é consensual. Alguns criticaram mas sabem que eu não sou o problema. Sou a solução.»

Record - http://www.record.pt | Mais Futebol - www.maisfutebol.iol.pt

No comments:

Post a Comment