Karatecas exigem subsídio do Estado

Mais de uma centena de karatecas vão manifestar-se por todo o país, exigindo que o governo assine o contrato-programa para 2010 com a Federação Cabo-verdiana de Karaté. É que sem esse subsídio do Estado desde o ano transacto, as escolas enfrentam dificuldades financeiras e os atletas temem não poder continuar a manter viva a chama das artes marciais em Cabo Verde.

Até agora a Direcção-Geral dos Desportos não assinou com a Federação Cabo-verdiana de Karaté o contrato-programa para o ano de 2010, porque, alega, não pode subsidiar duas organizações que cobrem modalidades idênticas: neste caso, a Federação Cabo-verdiana de Karaté e a Associação Nacional de Shotokan (uma das modalidades do karaté).
A Justiça já decidiu a favor da FCK, mas até agora nada do contrato-programa e o dinheiro que deveria ajudar as academias da modalidade a se organizarem continua bloqueado. E sem apoios não há actividades internas, os torneios regionais já não acontecem, e o próprio campeonato nacional já não se realiza desde 2006.
E para defender o futuro das artes marciais em Cabo Verde – karaté em particular –, os karatecas resolveram levantar a voz. A ideia desta manifestação conjunta partiu da Academia de Karaté Daniel, no Sal. Outras escolas da ilha e de todo o país, com destaque para as academias do Fogo, estão a mobilizar-se, para, em sintonia, pedir ao governo que assine o contrato-programa com a FCK e a consequente liberalização da verba.
Na ilha do Sal a manifestação já está confirmada para o dia 24. Mais de quatro dezenas de karatecas vão sair às ruas, primeiro em Santa Maria e depois nos Espargos, com cartazes a lançar apelos para o governo avançar com a assinatura do acordo. Haverá dizeres também sobre a importância desta modalidade no desporto cabo-verdiano.
Os karatecas pretendem ainda fazer demonstrações de karaté no polidesportivo dos Espargos, em que deverão participar mais de 40 praticantes de quatro escalões: pré-infantil, infantil, cadete e júnior.
SF
Asemana