Tuesday, August 21, 2007

Afrobasket2007: Cabo Verde põe à nu fragilidades defensivas da Nigéria


Com um início lento e pouco animador, que lhe permitiu marcar apenas seis pontos em 10 minutos do primeiro período, a selecção de Cabo Verde fez da raça dos seus atletas uma "arma mortífera" capaz de por à nu, nesta terça-feira, as fragilidades defensivas da Nigéria no Afrobasket2007.

Considerada uma das surpresas da prova, o "cinco" crioulo teve diante de si a equipa com menos pontos sofridos na fase de grupos, daí ter recorrido ao contra-ataque para conseguir surpreender, em pleno Pavilhão Principal da Cidadela, as fortes torres nigerianas.

Apesar de ter entrado mais concentrada, Cabo Verde teve dificuldades para acertar as acções ofensivas, face à forte marcação da Nigéria, com quem foi travando, já desde o início, uma interessante "luta de tabelas".

Nervosas, as duas formações apresentaram-se sem soluções ofensivas nesse quarto, no qual os nigerianos, mais altos, só conseguiram marcar, com um lançamento de campo, depois de cinco minutos de jogo.

Parecia ser o despertar de uma formação com mais tradição no Afrobasket2007, que ainda assim, tal como os próprios cabo-verdianos, se mantinha ineficaz e irreconhecível no ataque, zona em que converteu apenas oito pontos em 10 minutos, contra seis do seu adversário.

O segundo período iniciou-se de forma mais animada, com um triplo repentino de Mário Correia, a que a Nigéria respondeu de pronto logo no ataque seguinte.

Já mais soltos, os crioulos voltaram a marcar dos 6,25, com a sua melhor unidade Marques Houtman, pondo o resultado num ainda estranho 11- 12 a favor dos nigerianos.

Daí em diante, Cabo Verde melhor a componente do bloqueio defensivo e passou a jogar em contra-ataque, embora continuasse a sentir dificuldades para ultrapassar a defesa zona 2-3 imposta pelo seu opositor.

Nessa altura, assistia-se a uma luta aguerrida entre Rodrigo Mascarenhas, o seu atleta mais referenciado, e Tunji Awojobi.

Veio o 13-12, 14-12, 14-14, 16-14, 19-14, favoráveis à Nigéria. Depois de um período longo sem qualquer ponto de ambas as partes, Marques Houtman converteu na zona de tiro duplo e reduziu para 19-16, dando o primeiro aviso de que Cabo Verde estava para competir.

A partir do sétimo período do segundo quarto, os cabo-verdianos adoptaram também a zona 2-3, sem grande eficácias, pois os nigerianos conseguiam "cavar" faltas quer a Rodrigo Mascarenhas, quer a Mário Jorge, quer a Hugo Fortes no jogo interior. Tunji era o mais espevitado.

Depois de um minuto solicitado pelo técnico Emanuel Trovoada "Mané", de Cabo Verde, os nigerianos aumentaram a pressão defensiva, tirando lucidez ao ataque crioulo. Quando já só faltavam um minuto e 29 segundo para o intervalo maior, uma claque formada por apenas cinco crioulos (ajudados por duas dezenas de angolanos) animou os representantes do arquipélago, empurrando-os à recuperação.

O parcial ao intervalo foi de 23-23.

O terceiro período foi mais animador. Mais uma vez, os crioulos entraram melhor com um triplo de Mário Jorge (23-26), seguido de um duplo de Aldevino Lima (23-28).

Era o começo de uma frustrante noite para a Nigéria e da surpreendente "cavalgada" dos crioulos, que não mais largaram a liderança do marcador.

Com muita actitude, quer a defender, quer a atacar, começaram a procurar dilatar o marcador, primeiro com 23-31 e depois com 23-33, obrigando o técnico nigeriano a um desconto cirúrgico.Mesmo com a paragem, a Nigéria reentrou mal, precipitada e sem obedecer ao bloqueio defensivo.

Isso permitiu ao opositor a dilatação do resultado. Veio o 24-33, 26-36, 28-39, 28-40, 29-40 e o 28- 42, a maior diferença até aí atingida. A primeira linha defensiva da Nigéria não submarcava, permitindo lançamentos de campo e de longa distância aos inspirados cabo-verdianos, bem liderados por Houtman, Mascarenhas e Tony Barros, seus melhores marcadores. O parcial do período foi 32-45.

Essa toada se manteve no quarto e derradeiro quarto, onde Cabo Verde foi mais forte, em todos os sentidos.

Melhor a defender e mais concentrada no ataque, não permitiu que a Nigéria jamais se apoderasse da liderança do marcador, até ao fim, com uma inesperada vitória de 62-53.

Jeleel Akindele e Olimide Oyedeji bem tentaram relançar a equipa e contrariar a postura dos cabo-verdianos, mas estava feita a história do jogo.

AngolaPress

No comments:

Post a Comment