Monday, March 24, 2008

Conselho de Arbitragem emite parecer sobre Faial: “Cartão amarelo”



O Conselho de Arbitragem da Federação Cabo-verdiana de Futebol decidiu punir Jorge Faial apenas com uma advertência escrita, na sequência do incidente ocorrido no túnel do estádio Adérito Sena, após o término do jogo entre o Mindelense e o Batuque. Segundo Didi Almeida, presidente do Conselho de Arbitragem da FCA, o relatório do inquérito efectuado em S. Vicente por uma comissão liderada por um jurista, e integrada ainda pelo presidente do Conselho de Disciplina da ARFSV, demonstra que não há matéria para sustentar uma sanção mais grave.
“Tratando-se de um árbitro internacional, com bons antecedentes, deliberámos, em assembleia, chamar a atenção de Faial pela sua atitude e aplicar-lhe uma advertência”, explica Didi Almeida. O presidente sublinha ainda que Faial agiu na qualidade de espectador e que a punição não vai afectar a sua carreira como juiz internacional. No entanto, adverte Almeida, os árbitros que agem de modo reprovável estão sujeitos a uma intervenção disciplinar mesmo quando são meros espectadores.
No tocante aos actos de agressão e de ameaças supostamente perpetrados por Faial contra Adilson Nascimento, vice-Presidente do Mindelense, e Valeriano Tourino, delegado ao jogo do clube encarnado, esse órgão da FCA concluiu que Faial foi “provocado” por Nascimento e que, em nenhum momento, tentou atingir Tourino com as bandeirolas de jogo dentro da cabine de arbitragem.
“O relatório confirma a ocorrência de um incidente dentro do túnel mas, em relação ao episódio que envolve o vice-Presidente do Mindelense, deixa entender que Faial reagiu a uma provocação. Quanto ao Delegado ao Jogo, o relatório não confirma que tenha havido agressão”, informa Didi Almeida, para quem este caso poderia até ser solucionado internamente pela associação regional de futebol de S. Vicente.
Contactado para reagir ao parecer da FCA, minutos depois de Lance ter recebido a informação em primeira-mão, Faial preferiu esperar pela chegada do relatório da FCA a S. Vicente. Só depois fará o seu pronunciamento. Por outro lado, foi impossível um contacto atempado com Adilson Nascimento. Todavia, o vice-Presidente do Mindelense já tinha deixado claro, numa conversa anterior, que só a irradiação, ou uma punição equivalente, poderia satisfazer a pretensão dos “encarnados”. Recorde-se que, numa carta enviada à ARFSV, o Mindelense chegou a dar a sua versão dos factos e pediu a expulsão de Faial das lides da arbitragem. No documento, foi relatado que Faial tentou agredir tanto o Adilson Nascimento como Valeriano Tourino, além de ter proferido ameaças à integridade física do dirigente do Mindelense.
“Se Faial não for irradiado, esperamos que ele não seja convocado para apitar mais nenhum jogo regional, nacional ou internacional. Se for preciso, vamos levar este caso ao conhecimento da FIFA”, ameaçava Adilson Nascimento na passada semana, após uma conferência de imprensa convocada pelo Mindelense e cujo tema central foi a situação dos jogadores Fock, Cadú e Nando, castigados com cem dias de suspensão pelo Conselho de Disciplina da ARFSV por dupla inscrição.
Segundo Nascimento, os atletas já vão com mais de 70 dias parados, à espera da decisão do Conselho Jurisdicional da ARFSV sobre o recurso ao castigo e que, até esta data, ainda não houve nenhum feed-back. Para o vice do Mindelense, ninguém consegue compreender como é que o Conselho demora tanto tempo a analisar este caso, ainda mais quando o clube foi obrigado a pagar 150 contos para que o recurso dos três jogadores fosse aceite.
“Se o recurso for indeferido, ficamos sem tempo para recorrer a um órgão superior, neste caso à FCA. Aplica-se um castigo a um jogador, que é obrigado a cumprir, e não se atribui um prazo razoável para o Conselho Jurisdicional apresentar o seu relatório?!”, questiona Nascimento, adiantando que o castigo de Nando termina a 5 de Abril e que o de Fock e Cadú acaba uma semana depois. Isto significa que os três atletas, dois deles titulares da selecção de S. Vicente, vão poder ainda participar de duas partidas, antes da final do campeonato. Este caso continua a provocar um gosto amargo na boca do Mindelense. É que, na perspectiva do clube, houve pressão dentro da ARFSV para que os atletas fossem punidos.
Asemana

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