Friday, March 14, 2008

Figuras da Ponta Preta: Uma família e o mar

Todas as manhãs Noa, de três anos de idade, levanta-se, tenta vestir o fato de surf e vai “puxar” o pai, o já cabo-verdiano Josh Angulo, para irem ao mar. Cláudia, de 27 anos, é a mãe e esposa do retrato de uma família feliz, unida pelo amor ao mar, que conclui esta série de artigos sobre as “Figuras da Ponta Preta”.
Ponta Preta foi o cenário onde Josh e Cláudia se conheceram. Aconteceu em 1998, quando o então havaiano veio descobrir as potencialidades do windsurf em Cabo Verde e encontrou a crioula que também gostava de surf. Ficaram juntos durante um mês, ele voltou um ano depois e desde dessa altura que estão juntos. Entretanto casaram, há sete anos atrás, e tiveram o Noa, que será terceira geração de uma família de windsurfistas.
Era comum durante o campeonato ver o pequeno Noa em cima das pranchas ou nos ombros do seu pai, à medida que este ia passando nas eliminatórias. Ele e Cláudia costumam acompanhar o pai durante o circuito mundial de Windsurf, por isso, estão sempre juntos. “Normalmente vamos com ele a todas as provas, mas se calhar este ano vou viajar menos porque ele vai ter mais provas, não vai competir só em ondas mas também em slalom. Terá o dobro de competições”, conta Cláudia.
Josh e Cláudia estão juntos também nos negócios. Têm uma escola de Windsurf em Santa Maria, a marca Angulo que vendem numa loja na mesma vila e importam também roupa para surf e windsurf, que distribuem para outras lojas. Cláudia assume o comando de tudo enquanto Josh vai pelo mundo em competições ou está envolvido na organização de campeonatos como o da Ponta Preta.
Aos 33 anos, Josh Angulo é um homem de fé e espiritualista, acredita que foi plano de Jesus Cristo vir para Cabo Verde. Ama o país pelo seu povo crioulo, gosta da sua maneira de ser. “Eu tenho família em Cabo Verde, este país abraçou-me não só pelo meu sucesso mas também porque eu entendo a maneira de ser cabo-verdiano”, diz Josh ao apontar as razões pelas quais trocou o Hawai, onde nasceu e cresceu, por Cabo Verde.
Agora tem quase dez anos em Cabo Verde e está seguro que sempre terá uma ligação forte com Cabo Verde. É “nha home”.
Texto: Catarina Abreu Foto: Pedro Moita
Asemana

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