Monday, May 19, 2008

Benfica vence cabo-verdianos no jogo da festa


O equipa do Benfica não teve muita facilidade, mas acabou por vencer a selecção das Ilhas do Sal e São Vicente, 2 a 0, na tarde deste sábado, 17, no estádio Marcelo Leitão, na Ilha do Sal. Os golos foram de Freddy Adu e Mantorras. O grande destaque do confronto não entrou no relvado, pois estava nas bancadas. O público salense deu um “show” de alegria e demonstrou que ama os encarnados, mas não perde nunca o seu espírito crioulo.

Os jogadores benfiquistas e os cabo-verdianos entraram no relvado às 16H00 para um breve aquecimento. Já nestes momentos que antecediam o tão esperado jogo, os adeptos batucavam e aplaudiam ambas as equipas. Quando Di Maria, Cardozo e Léo voltaram uniformizados para dar início ao duelo, os 6500 presentes, contabilizados na bilheteria, gritavam sem parar os nomes dos seus ídolos. E mesmo que as atenções estivessem voltadas para o Benfica, o público não deixou de dar o seu carinho para os atletas de Cabo Verde. Para os adeptos, definitivamente, o jogo não era composto por dois adversários, mas por duas equipas queridas. Dixa, atleta da selecção do Sal e de São Vicente, estava muito orgulhoso com tal comportamento e disse que “os jovens jogadores das ilhas tinham que aproveitar a oportunidade para mostrarem seu futebol”.



Primeira parte
O árbitro Fernando apitou o início do embate às 16H24 e logo aos 03’, Valter quase abriu o marcador para os cabo-verdianos após um lindo remate da entrada da área. Se não fosse pela bela intervenção do guarda-redes encarnado, Moreira, de mão trocada, a bola iria para o fundo das redes. Os adeptos vibraram muito com o lance dos seus compatriotas, mas gritaram ainda mais quando Freddy Adu recuperou a bola no ataque e mandou uma bomba no ângulo direito da baliza crioula. Golo benfiquista, aos 05’, que levou ao delírio o fanático público.


Com a vantagem conquistada nos minutos iniciais, o Benfica cresceu na partida e passou a trocar bolas com velocidade. Aos 20’, Nuno Assis recebeu belo passe de Di Maria e rematou livre, mas o guarda-redes Fock, da selecção das ilhas estava atento. O paraguaio Cardozo também esteve perto de marcar ao cobrar uma falta na entrada da grande área. A pelota desviou na defesa adversária e passou por cima da baliza. O brasileiro Edcarlos perdeu a oportunidade de golo mais incrível da primeira parte. Adu, aos 32’, fez excelente jogada pela ponta e tocou para o defesa, livre na pequena área. O chute forte até tinha endereço certo, mas acabou passando rente ao poste.
O calor castigava os jogadores e a selecção do Sal e São Vicente apostava nas triangulações pelo meio e na experiência de Kaló. Porém, o dianteiro não estava numa tarde inspirada e errou muitos passes e finalizações. Os atletas cabo-verdianos queriam a todo custo mostrar aos ídolos a força do seu futebol, mas o natural nervosismo travava o rendimento dos atletas e tranformou-se noutro obstáculo.
O árbitro apitou o fim dos 45 minutos e os jogadores, desgastados, correram rápido para os vestiários. O predomínio benfiquista foi evidente na etapa inicial.
Intervalo
Netcha, lesionado no adutor da perna esquerda, acompanhou toda a partida do banco de suplentes do Benfica. Durante o intervalo, o salense disse ao asemanaonline que gostaria de estar no relvado, mas, como cabo-verdiano, sentia-se muito feliz com o espetáculo. “É uma alegria muito grande constatar esta moldura humana que está aqui. A festa está bonita”, destacou.
Segunda parte
A segunda parte do confronto começou movimentada. As equipas procuravam passar a maior parte dos minutos no campo ofensivo. Logo aos 54’, Maxi Pereira quase fez o público comemorar mais um golo ao tentar um remate, mas a bola foi para fora. Kaló respondeu para os cabo-verdianos com um perigoso cabeceio que assustou o guarda-redes Moreira. A partir daí, o jogo esfriou e concentrou-se nas trocas de bola do Benfica. Os jogadores do clube português passaram a se poupar enquanto a selecção das ilhas do Sal e de São Vicente não conseguia impor um bom ritmo no ataque, pois estava sem criação e objectividade. Os treinadores, Fernando Chalana, do Benfica, e Alcides Brito, da selecção, modificaram muito as suas equipas, promovendo a troca de quase todos os seus atletas.

O avançado Di Maria resolveu mostar por que é umas das promessas dos encarnados e entrou em acção. Percebendo o guarda-redes adversário adiantado, o argentino rematou ainda no campo de defesa. A bola cobriu Fock, mas caprichosamente não entrou. Todos no estádio aplaudiram de pé o maravilhoso lance. O angolano Mantorras tratou então de dar alegria aos adeptos benfiquistas. Já nos acréscimos, Léo entrou pela ponta e mandou a bola para a área. Após um corte mal feito da defesa crioula, o avançado pegou de primeira e estufou as redes da selecção. A festa foi total nas bancadas e Mantorras comemorou dançando para o público. A vitória do Benfica estava selada, 2 a 0.
Logo a seguir, o árbitro pediu a bola e encerrou o histórico confronto. Os jogadores se cumprimentaram e não esqueceram de agradecer os cabo-verdianos por mais esta demonstração de carinho. Desta tarde, a população do Sal não vai esquecer.
Ficha do Jogo:
Benfica 2 x 0 Selecção das Ilhas do Sal e São Vicente Golos: Freddy Adu (05’) e Mantorras (90’) Estádio Marcelo Leitão, Espargos, Sal Público: 6500 pagantes
Benfica: Moreira, Binya, Edcarlos, Léo, Felipe Bastos, Max Pereira, Nuno Assis, Rodríguez (Sepsi), Di Maria (Mantorras), Freddy Adu (Pedro Correia) e Cardozo (Dabao); Treinador: Fernando Chalana
Selecção das Ilhas do Sal: Fock, Devon, Hernany, Toi Adão, Cleidir (Rony), Tips (Dixa), Valter (Andir), Nelito (German), Pú (Andir), Kely (Cadu) e Kaló (Mendes) Treinador: Alcides Brito
Asemana

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