Eleito há pouco mais de 2 semanas, o novo presidente do Futebol Clube Juventude quer levar a agremiação à ribalta do futebol local e nacional. Para tal vai apostar na criação de uma família desportiva, organizada, forte e competitiva. Aniceto Barbosa diz ter uma visão "diferente" do futebol na ilha do Sal e quer demonstrar que, mesmo sem muita engenharia financeira, é possível tirar o Juventude do "marasmo" em que se encontra mergulhado há já alguns anos
Atingir a ribalta do futebol salense e cabo-verdiano é o seu objectivo. Para tal vai ser necessário muito trabalho como, aliás, reconhece.
Constituída a equipa é tempo de trabalhar para conseguir os objectivos, traçados a médio prazo para o clube.
A reabilitação dos sócios do Juventude é uma das metas traça¬das pela nova direcção do clube, liderada por Aniceto Barbosa, no propósito de recuperar a dignidade e o "bom-nome" do grupo. " O Futebol Clube Juventude já fez história no futebol do Sal e ainda tem uma massa associativa muito crítica. Vamos apostar na angariação de novos sócios e na consolidação de sócios existentes, através de um programa efectivo de cobrança de cotas", explica. Além disso, o novo líder do clube identifica a criação de escolas de futebol e a aposta em outras modalidades, nomeadamente andebol e atletismo, como desafios da equipa que lidera.
A juntar a tudo isso, um projecto ambicioso: a reabilitação da sede do Futebol ClubeJuventude . Aniceto Barbosa diz que há já um projecto aprovado pelo clube e pela Câmara Municipal para o arranque das obras. Segundo o presidente, este projecto vai contribuir para a auto-sustentabilidade do clube.
"Só conseguiremos títulos com uma equipa bem organizada"
Para chegar à ribalta do futebol local e nacional é preciso ganhar títulos. Antes disso, porém, Aniceto Barbosa considera que deve haver organização da equipa. Daí o empenho da direcção em preparar o clube. "Nós não pedimos ainda títulos no campeonato regional. Pedimos, sim, uma competição agressiva, em termos de qualidade. É preciso defender com garra as cores do Juventude e, depois, aspirar à conquista do título", expõe Barbosa, deixando claro que o objectivo é construir uma equipa consistente, que possa defender os interesses do clube.
A disponibilidade deve ser, por isso, a palavra de ordem. E disponibilidade não falta. Esta é a garantia do recém-eleito presidente do Juventude: "os actuais dirigentes do clube são pessoas que, por livre vontade, aderiram ao projecto do clube e que estão engajados em fazer avançar o clube. Creio que, se conseguirmos implementar o programa que temos em vista, conseguiremos tirar o clube do marasmo em que se encontra nos últimos anos e levá-lo à ribalta do futebol regional e, quiçá, nacional".
Parcerias
O apoio da massa associativa é o principal apoio com que querem contar os novos dirigentes do Futebol Clube Juventude.
Estão a ser encetados contactos com entidades locais no sentido de conseguir mais parcerias. Aniceto Barbosa diz que, neste momento, o projecto do clube está em fase de preparação e divulgação no sentido de angariar apoio de instituições locais e nacionais e de empresas.
Não obstante a angariação de investimentos para o clube, o presidente pretende criar um clube familiar. "Queremos que as pessoas se aproximem do Juventude por amor à camisola, quer como dirigente, quer como atleta e pelo sentimento de pertença à família que vamos criar. Isto porque o clube não tem capacidade para angariar outros fundos, que não seja de sócios ou de pessoas amigas.
"É preciso repensar o futebol"
Aniceto Barbosa diz ter uma visão diferente do futebol na ilha do Sal e em Cabo Verde. O presidente do Juventude diz-se contra o semi-profissionalismo que se quer implementar em Cabo Verde, visto que a maioria dos clubes não tem capacidade financeira para custear a época desportiva dos jogadores e dirigentes. "Para se pensar no semi-profissiona¬lismo, é preciso pensar em receitas próprias e, não havendo estruturas para a criação destas receitas, não haverá como sustentar o clube", explica.
A organização de clubes é outra questão que preocupa Aniceto Barbosa. Segundo o dirigente, os clubes locais e nacionais não estão organizados da melhor forma. "Isto não significa que não estejam organizados. Estão, mas à sua maneira e não da melhor forma", conclui Barbosa.
No entender do líder do Juventude, as Associações regionais e a Federação Cabo-verdiana de Futebol deveriam repensar o futebol cabo-verdiano. Aniceto Barbosa não entende, por exemplo, que, num futebol amador, os árbitros não dirijam jogos sem antes serem pagos.
Expresso das ilhas
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