O Tribunal Judicial de Base de Macau acaba de absolver o futebolista cabo-verdiano Samiro Soares do crime de violação de que fora acusado em 2006, por considerar que não existem elementos probatórios suficientes para incriminar o atleta, a não ser a declaração da ofendida. Os factos reportam-se a Outubro de 2006, altura em que o atleta foi acusado de ter violado uma cidadã chinesa na casa de banho de uma discoteca em Macau, a "Riquexó".
Foram quase quatro anos de batalha judicial, inclusive os 18 meses iniciais em que Samiro foi impedido de deixar o território de Macau e teve que pagar uma caução de cinco mil patacas (cerca de 55 contos cabo-verdianos) para responder ao processo em liberdade. Só conseguiria autorização legal para deixar o território um ano e meio depois do ocorrido - no dia 17 de Abril de 2008-, quando o advogado de defesa de Samiro valeu-se de uma lei macaense que garante que a medida de retenção de um indivíduo em seu território não pode ultrapassar os 18 meses. O Tribunal de Base devolveu-lhe o passaporte, mas duplicou o valor da caução para 10 mil patacas. Manteve também o Termo de Identidade e Residência, o que implicaria o regresso do atleta a Macau sempre que fosse intimado pela Justiça.
Valeu ao jovem natural de S.Nicolau e oriundo de uma família pobre, o apoio dos cabo-verdianos que vivem em Macau, insuperáveis na hora de lhe prestar todo o apoio anímico e material, não só para alojá-lo - factor considerado relevante pelo juiz para não aplicar a prisão preventiva ao jovem de 20 anos-, custear as suas despesas, como também para pagar a caução.
O jovem Samiro, que nunca tinha saído de Cabo Verde, foi acusado de violar uma universitária chinesa, de nome Fai Kai, durante uma festa na discoteca "Riquexó" e foi detido pela Polícia Judiciária no dia 16 de Outubro de 2006, após participar nos Jogos da Lusofonia pela selecção sub-21 de Cabo Verde.
Agora, Samiro que entretanto começou a jogar por uma equipa macaense está livre para voltar ao seu país. Inclusive, com a liberdade que acaba de conquistar agora pode até optar por ficar na terra em que levou um grande chute da vida, mas também onde vivenciou o maior gesto de solidariedade humana, vinda de seus compatriotas que, mesmo não o conhecendo nem a si nem à sua família, lhe estenderam a mão e lhe deram o amor e o calor..Simplesmente cabo-verdiano!
Asemana
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Wednesday, May 26, 2010
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