Está instalada a crise na equipa do Botafogo. Cinco jogadores – Flávio, Bob, Bana, Bruno e Lucas – foram afastados por indisciplina e desentendimento com o treinador, pelo que a equipa vai jogar a fase final da Taça de Cabo Verde bastante desfalcada. Com a confusão instalada, só 13 jogadores apareceram no treino na última semana. Entretanto, a direcção do clube prefere não comentar o assunto.
Desde o início do Nacional de Futebol têm sido visíveis os actos de indisciplina protagonizados pelos jogadores do Botafogo, dentro e fora do campo. Já na primeira jornada do Nacional, o central Bob abandonou o campo a meio do jogo frente ao Solpontense por desentendimento com o técnico Rodrigo. Nas últimas semanas, o clima no seio da equipa piorou e cinco jogadores – Flávio, Bob, Bana, Bruno e Lucas – foram afastados por actos de indisciplina, falta aos treinos e desentendimentos com o treinador.
Esta semana só 13 jogadores apareceram nos treinos, pelo que a equipa vai ter problemas para disputar este fim-de-semana os dois jogos na final da Taça de Cabo Verde.
São evidentes os sinais da crise instalada no histórico clube do Fogo, mas o técnico da equipa prefere dizer que se trata de “actos isolados que não têm abalado o convívio do elenco”. “O Botafogo não está em crise, mas reconheço que falta disciplina aos meninos”, expressa o técnico Rodrigo, muito criticado pela má campanha da equipa foguense no Nacional de Futebol.
Aos seus críticos Rodrigo manda dizer que o afastamento dos cinco jogadores da equipa “foi uma medida necessária”. “A equipa do Bota não ganhou no campo desportivo, mas ganhou em termos de convívio dos jogadores. Exijo respeito aos jogadores e não admito que ninguém se intrometa ou desrespeite as regras da equipa técnica. A saída destes jogadores serviu para que os outros reconheçam que é preciso respeitar as normas do técnico, de modo a que possam crescer no futebol”.
Conforme o técnico, muitos dos jogadores hoje afastados do Bota são atletas com um historial de indisciplina. É o caso de “Flávio que deixou de aparecer nos treinos da equipa durante um mês sem dar qualquer explicação”, e quando regressou “tentou agredir um dirigente do clube”, por isso foi dispensado definitivamente.
Também o central Bob e o guarda-redes Bana estão fora do plantel do Botafogo por actos de indisciplina. Lucas, apesar de ser considerado um dos melhores da equipa, falta aos treinos e relaciona-se mal com os próprios colegas.
Sobre Bruno, o técnico disse ao Lance que o dispensou porque “é um jogador que não tem qualquer relação de amizade com os colegas e menospreza os outros jogadores”.
Rodrigo sublinha que mandou embora esses jogadores para salvaguardar a “união do grupo”, pois diz preferir manter um número reduzido de atletas que trabalham a pensar na equipa a ter muitos jogadores desobedientes. “Nós perdemos a batalha, mas não a guerra”, arremata o treinador, para quem o Botafogo vai fazer boa figura na fase final da Taça de Cabo Verde contra o Boavista da Praia e o Sal-Rei (Boa Vista).
Entretanto, o Lance não pôde chegar à fala com os jogadores referenciados pelo técnico para conhecer as suas versões sobre esse afastamento.
Papá di Sacorro critica técnico e direcção
Quem está descontente com a actual situação do Botafogo é Papá di Sacorro. A antiga glória do histórico clube de São Filipe afirma que a equipa ganhou com todo o mérito o campeonato regional, “mas não teve uma equipa técnica capaz de mostrar o real valor dos jogadores do plantel”. Mais, “o técnico não pôde montar uma equipa competitiva e à altura de disputar o Campeonato Nacional. Rodrigo não soube dar valor aos seus jogadores e como são eles que jogam e não o treinador, o resultado é o que se vê: uma equipa desmantelada e sem norte”.
Conhecedor dos meandros do futebol nacional, mesmo porque foi o mais temido ponta-de-lança dos tempos áureos do Botafogo, Papá não poupa críticas à direcção do clube. Para ele, os dirigentes “não souberam gerir e tomar as decisões certas no momento exacto”, por isso a participação da equipa no Nacional de Futebol “foi um desastre”.
Entretanto, a direcção do Bota recusa-se a falar sobre a situação da equipa, dizendo apenas que este é um assunto que está a ser resolvido internamente.
Rodrigo anuncia saída do Botafogo 12 Junho 2010
O treinador Rodrigo disse ao LANCE que vai deixar o comando técnico do Botafogo mal termine a participação da equipa na Taça de Cabo Verde. O futuro do técnico pode passar por Valência ou Vulcânicos.
“Instabilidade” na equipa de Botafogo é um dos motivos apontados por Rodrigo para abandonar o clube de São Filipe. “Faço o meu último jogo com a equipa do Bota na Várzea, porque estou chateado com algumas coisas. Só um cego não vê o esforço anímico, táctico e técnico que investi no Botafogo. Mas também, a maioria dos que mandam “bocas” e tentam desestabilizar não sabem o que é trabalhar uma equipa”, expressa o técnico.
Rodrigo afirma que por onde passou, sempre trabalhou com dignidade. Considera-se um treinador de sucesso, pois conseguiu levar o Botafogo a vencer o campeonato regional, a Taça do Fogo. E hoje está entre os três finalistas da Taça Cabo Verde.
Aos 29 anos, Rodrigo sonha ser um treinador de nível internacional, mas antes deseja passar pelas melhores equipas de Cabo Verde.
O jovem técnico começou a carreira na época 2006/2007 no Spartak, clube com o qual venceu o torneio de abertura e a Taça do Fogo. Nessa mesma época, levou o Spartak à melhor classificação de sempre no campeonato regional do Fogo.
Nas duas temporadas seguintes, comandou com sucesso a Académica do Fogo. Com os “estudantes” ganhou o campeonato regional, duas Taças do Fogo, alcançou as meias-finais na Taça de Cabo Verde e levou a equipa às meias-finais do Campeonato Nacional, na época 2008/2009.
Formado em Educação Física, não falta no Fogo quem compare Rodrigo com o português José Mourinho, não só pela sua frontalidade, mas também pela disciplina que procura impor às suas equipas.
Nicolau Centeio
Asemana
http://www.criolosports.com/
Monday, June 14, 2010
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