Gelson Fernandes, que representa a Suíça no Mundial da África do Sul, entra em campo nesta quarta-feira, 16, pelo grupo H, que é ainda formado por Espanha, favorita destacada, Honduras e Chile.
Nascido há 23 anos na ilha de Santiago, Cabo Verde, Gelson Fernandes carrega consigo a cultura do seu país natal. Vibra com os ritmos frenéticos do arquipélago e regressa regularmente às ilhas para segundo ele, "recarregar as baterias".
Ao Swissinfo, o jogador do Saint-Etienne (França) diz sentir-se suíço, mas reivindica as suas origens africanas. "É importante para mim. Olha minha pele, vê-se imediatamente de onde venho. É minha cultura, são minhas raízes. Aliás, não passa um dia sem que eu viaje alguns instantes para o outro lado do oceano. Um pouco de zouk ou de funaná e eu estou na estratosfera."
“Suíço-valaisano-cabo-verdiano! A mescla é surpreendente: o mar e as montanhas, o sol e a neve, a audácia e a razão, o prazer e a lógica, o ritmo e a serenidade. É tudo isso que o impulsiona. E, em sua trajectória, ninguém sabe aonde ele vai parar”, revelou, em Março de 2008, ao jornalista Mathias Froidevaux, da swissinfo.
Para o Gerson, Cabo Verde é o oceano, a areia, a praia, os peixes, os pratos à base de milho – de que tem saudades – e, principalmente, a alegria de viver. “Quando chego vou imediatamente abraçar minhas duas avós, Zita e Maria José. E, em Cabo Verde, as pessoas esperam o Gelson, não o Fernandes. A meu ver, a grande diferença com a Europa, é que nas ilhas, as pessoas sabem ser felizes com o que têm".
Gelson Fernandes tinha apenas cinco anos quando chegou à Suíça para se juntar aos seus pais. Lembranças da infância tem muito poucas. "Mas me lembro que já gostava de jogar bola. Gostava também do mar e da imensidão do oceano. Tenho certeza de que esses cinco anos foram importantes na construção de mim mesmo".
Entre 2004 e 2007, o meio-campista actuou pelo Sion, tanto na segunda como na primeira divisão. Não ganhou nenhum título, e ninguém se surpreendeu quando Fernandes tornou pública a intenção de jogar na Inglaterra.
O Manchester City desembolsou 9,1 milhões de francos suíços pelo volante, na ocasião a segunda maior soma por um jogador suíço. Ultrapassados os problemas de integração, Fernandes conseguiu um lugar ao sol na equipa titular. Mesmo assim deu adeus ao City e foi tentar a sorte no Saint-Etienne da França. Conquistou logo a confiança da equipa e a titularidade absoluta na sua posição.
O mesmo acontece na selecção da Suíça. O ex-capitão do seleccionado sub-21 estreou no elenco principal do país em Agosto de 2007 e participou da Euro 2008 realizada na Suíça e Áustria sob o comando do então técnico Jakob Kuhn.
Ottmar Hitzfeld, treinador que substituiu Kuhn, também confia no talento do jogador de 23 anos. Das dez partidas disputadas pelas eliminatórias para a Copa do Mundo da FIFA 2010, Fernandes foi escalado em seis e deu conta do recado.
c/Visão
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Wednesday, June 16, 2010
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