O português que vai treinar o Ceuta da 2ª divisão B de Espanha não sai magoado, apesar de ter ficado vários meses sem receber: “Sempre fui bem tratado em Cabo Verde. Tenho uma amizade forte com o Presidente da Federação, Mário Semedo, assim como as demais pessoas que trabalham na Federação”.
A saída de João de Deus tornou-se inevitável e só não aconteceu mais cedo porque o treinador acedeu a um pedido de Mário Semedo para continuara orientar a selecção nacional, depois de ter abandonado o nosso país em finais de Outubro, por não receber há mais de um ano.
“Depois da Federação cabo-verdiana de futebol ter regularizado a nossa (equipa técnica) situação salarial há cerca de dois meses, eu e o Mário Semedo acordamos que caso surgisse uma proposta de trabalho vantajosa para mim, eu estava livre de qualquer compromisso e poderia escolher o melhor para o seu futuro”, disse João de Deus. Após o empate a zero com Portugal e que colocou Cabo Verde nas bocas da imprensa internacional, surgiu a possibilidade de treinar o Ceuta, convite prontamente aceite, deixando vago o cargo de seleccionador de futebol em Cabo Verde.
O projecto CAN2012 e o próximo seleccionador
O vínculo de João de Deus com a Federação cabo-verdiana previa o desenvolvimento de um projecto desportivo e uma reestruturação do funcionamento da própria federação e das suas associações. Um dos objectivos era levar Cabo Verde a marcar presença numa fase final de um Campeonato Africano das Nações pela primeira vez, situação que irá acontecer em 2012, segundo João de Deus: “Não tenho a mínima dúvida que Cabo Verde vai estar no CAN2012. Neste momento Cabo Verde tem uma equipa consistente, uma forte base de recrutamento. Tenho confiança que o país estará no Can2012”, afirmou, convicto.
Para conseguir o objectivo do CAN2012, João de Deus entende que se deve apostar uma pessoa que conhece o projecto a fundo, alguém que sabe o que é o futebol cabo-verdiano: “A herança que deixamos na Federação é pesada, não é para todos. Quem conhece o trabalho desenvolvido é quem está em melhores condições para ter sucesso”. João de Deus não quis confirmar se o seu ex-adjunto Lúcio Antunes seria uma boa hipótese, como tem sido apontado pela imprensa.
O técnico português sai de consciência tranquila e com sensação de dever cumprido: “Os resultados do meu trabalho estão à vista. Fico satisfeito por saber que os projectos terão continuidade. O futuro com sucesso no futebol cabo-verdiano está assegurado”, defende.
Evandro Delgado - sapo
http://www.criolosports.com/
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