Cabo Verde vence o Challenge Trophy: Olhos postos no campeonato africano

Cabo Verde vai representar a Zona II no próximo campeonato africano de andebol feminino sub-20, fruto do seu triunfo no torneio Challenge Trophy, realizado no Mali, com a participação de mais seis equipas. Além do título principal, a selecção nacional trouxe ainda para casa o troféu de melhor guarda-redes, atribuido a Sualen, atleta do Batuque de S. Vicente.

No jogo da final, as cabo-verdianas enfrentaram as poderosas senegalesas e venceram a partida nas grandes penalidades, após um empate a vinte golos no tempo regulamentar. “Elas acreditaram na vitória e foram até ao fim. Senti o meu peito invadido de emoção quando levantaram a taça”, confessa o treinador Pierre Malfoy. Nesse jogo, segundo o técnico francês, Cabo Verde soube tirar partido do seu banco de suplentes, ao contrário da equipa do Senegal, que esteve praticamente resumida à performance das sete jogadoras titulares.
“Realmente, funcionou o espírito de grupo. Elas criaram um laço de amizade muito forte e esta é que foi a nossa principal arma em campo, porque, em vez de brigarem umas com as outras, ficavam a incentivar as colegas, quando cometiam algum erro”, realça, por sua vez, Jean-Pierre, treinador-adjunto da selecção. Na perspectiva do técnico cabo-verdiano, esta vitória é prova evidente de que, afinal, o nível do andebol não está tão mal em Cabo Verde como se diz. “E tudo isso é fruto do trabalho dos nossos treinadores nacionais, que dão muito de si para suportarem o peso do andebol, que é um dos parentes pobres do nosso desporto”, acrescenta J. Pierre.
Segundo Filomena Fortes, presidente da Federação Cabo-verdiana de Andebol, a cotação de Cabo Verde na zona oeste-africana disparou graças à conquista, pela primeira vez, do Challenge Trophy. O país irá agora representar esta sub-região no campeonato africano, enfrentando as vencedoras das outras seis zonas desportivas existentes em todo o continente negro. “Ainda não sabemos quando nem onde será realizada essa competição, mas não colocamos de lado a possibilidade de apresentarmos uma candidatura para acolhermos essa prova”, diz Filú Fortes, assegurando que a selecção vai continuar a trabalhar, tendo já em vista a sua participação no campeonato africano.
Só que, nessa prova, é muito provável que três das actuais campeãs da zona II sejam impedidas de jogar por causa da idade, pois já terão completado vinte anos. Se isso vier a acontecer, Cabo Verde terá que descobrir novos talentos no escalão sub-20 e, quem sabe, reforçar a sua linha.
Kim-Zé Brito
Asemana

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