Monday, March 31, 2008

Ginástica Rítmica representa Cabo Verde nos Jogos Olímpicos


No dia 8 de Agosto, mais de 200 delegações representando países de todo o mundo vão reunir-se no “Ninho de Pássaro”, o estádio principal e sede das Olimpíadas de Pequim. Nessa altura, durante a cerimónia oficial de abertura dos Jogos Olímpicos 2008, caberá à ginasta Wânia Monteiro levar a bandeira de Cabo Verde, num desfile que será visto por milhões de pessoas em todo o mundo.

A presença cabo-verdiana está assegurada por um “Wild Card”, concedido pela Solidariedade Olímpica, atendendo a uma solicitação do Comité Olímpico de Cabo Verde. “Ir para as Olimpíadas de Pequim não é a realização de um sonho: é a recompensa da minha persistência e do apoio que os meus pais e a minha treinadora, professora Elena Artmchova, me deram durante estes quatro anos que passei em São Paulo, conciliando estudos, treinos e saudades”, confessa Wânia Monteiro, resumindo assim a emoção e a responsabilidade de, pela segunda vez, representar Cabo Verde no maior evento desportivo do mundo.
Persistência é o que não poderá faltar nos próximos meses, quando a rotina dos treinos deve ser intensificada para superar dificuldades tais como a de, durante a sua permanência no Brasil, ser assistida por outra treinadora.
A Wânia ainda não sabe com que recursos vai poder contar para a sua preparação, que também não sabe onde vai acontecer, se no Brasil ou noutro país. Mesmo assim Elena Artmchova espera um bom desempenho da sua pupila. “Conheço a minha ginasta, ela tem personalidade e garra. Também tem a experiência de ter participado de outras competições, o que é muito importante para o desenvolvimento emocional do atleta”, afirma.
Apesar da visão positiva, a treinadora lamenta a falta de apoio ao desporto em Cabo Verde, que, na sua avaliação, decorre de uma falta de cultura desportiva e olímpica. “Prova disso é que a maioria das medalhas que o país já conseguiu foram para atletas que não vivem aqui. Produto próprio, desenvolvido aqui, só Wânia”, afirma Elena.

“Comecei a fazer ginástica com sete anos. A escolha foi por acaso mas como logo apanhei o gosto pela ginástica, e a evolução foi algo muito natural. As coisas foram acontecendo. Quando cheguei no meu primeiro Campeonato do Mundo, eu não tinha noção da dimensão, do tamanho da responsabilidade. Tinha nessa altura 14 anos”, lembra Wânia.
“Os prémios e medalhas foram resultado de muito esforço e persistência minha e da minha treinadora, Elena. A falta de infraestrutura e de condições financeiras para participar em competições internacionais e estágios eram muitas vezes dificuldades quase intransponíveis. Esses obstáculos, quero deixar bem claro, são a grande barreira para a evolução da Ginástica Rítmica em Cabo Verde”, enfatiza Wânia.
Todas essas dificuldades, no entanto, não esmoreceram o gosto pela vitória. “Sem dúvida, o momento mais emocionante foi a abertura dos Jogos Olímpicos de Atenas. Senti que todos os esforços eram ali recompensados. Também posso dizer que as medalhas que ganhei em equipa e individualmente foram inesquecíveis”.
Embora Wânia Monteiro seja até agora a única presença confirmada de Cabo Verde em Pequim, resta ainda outra possibilidade que é a classificação da equipa nacional de basquetebol, que disputa uma das quatro vaga para Pequim nos jogos pré-olímpicos que acontecem em Junho. Se depender do Comité Olímpico Cabo-Verdiano também o atletismo participará na competição. No próximo dia 3 de Abril, o presidente do COC, Franklin Palma, viaja para Pequim, onde espera obter duas vagas para o atletismo, sendo uma para o maratonista Nelson Cruz, detentor da medalha de ouro nos Jogos de Macau, e outra para a atleta Lenira Santos, nos 200 e 400 metros livres.
Asemana

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