
Cedo se apercebeu que a tarde desportiva desde sábado, 28, iria ser bem animada no Estádio da Várzea, não só pelas movimentações de adeptos como também pelos comentários que já se ouviam à volta do estádio. Aguardava-se com grande espectactiva o “clássico” da 3ª jornada entre o Boavista e a Académica. Apesar de se ter ouvido logo no início que, pela grandeza do jogo, merecia mais gente, rapidamente as bancadas da tribuna ficaram repletas de torcedores afectos a ambas as equipas.
Jogo “grande” na Várzea que ninguém queria perder, apesar de ainda aos 30 minutos da 1ª parte estar a entrar mais gente no estádio. Naturalmente, mais bem composto ficou o municipal.
À mediada que o jogo prosseguia, os ânimos começavam a exaltar. Cedo também se apercebeu que os adeptos da Académica estavam em maior número. Mas foram os afectos ao Boavista que tiveram a primeira explosão de alegria logo aos cinco minutos, com o golo de Carlitos, num livre superiormente marcado à entrada da grande área. O medo e o suspense instalaram nos torcedores da Académica. Com um golo madrugador e com as goleadas que o Boavista impôs aos adversários nas duas primeiras jornadas, por momentos pensou-se que o filme iria repetir-se, mas para alívio dos da Académica, há coisas que acontecem poucas vezes.
Depois do golo sofrido, a Micá foi atrás do prejuízo e para cima do Boavista. Com ataques organizados, contra-ataques, cruzamentos, triangulações a Académica tentava desfeitear Traoré. Mas este mostrava-se atento e seguro na baliza. Os lances da Micá causavam apenas muito entusiasmo nas bancadas.
Respondia por Tei e logo cedo deu o seu prognóstico para o jogo: “a Académica vai ganhar”. Era dos que mais entusiasticamente dava ordens para “mais luta, mais garra e mais trocas de bola”. Um forveroso adepto da Micá que, atento as incidências de jogo, sempre foi dos primeiros a reclamar com o árbitro. Mais ao lado alguém tentava desconcentrar o Fufuco, chamando-lhe de “doido”. Uma acção prontamente condenada por outro torcedor. Mesmo assim foi insuficiente para ficar quieto. Vivendo as emoções da partida, gritou sempre para o “palerma” do árbitro e para o “doido” do Fufuco. Já ninguém controlava este adepto da Académica quando o lance não era do seu agrado.
No entanto, 1 – 0 a favorecer o Boavista foi o resultado ao intervalo. Um descanso merecido para adeptos, equipas técnicas e jogadores se refrescarem o corpo e a mente de um “clássico” de emoções fortes no Estádio da Várzea.
O mesmo filme, não de goleada, mas de emoções fortes e expectativa repetiu-se na segunda parte. As coisas ficaram mais complicadas para o Boavista com a expulsão de Tchesco os 17 minutos da segunda parte e com o golo do empate da Académica, seis minutos volvidos, por intermédio de Ridney. Os adeptos da Micá galvanizaram-se com estes dois momentos mas o resultado não mais se alterou. Uma divisão de pontos justa, para duas equipas que durante toda a partida procuraram incessantemente o golo. Os adeptos também deram mais cor, calor e brilho ao espectáculo, vivendo com entusiasmo, fair play e muita alegria este “clássico” de emoções fortes no Estádio da Várzea.
Ricardino Pedro
Asemana
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