Saturday, February 20, 2010

OBRAS NO VAVÁ DUARTE: DGD ameaça levar construtora ao Tribunal

A Direcção-Geral dos Desportos (DGD) ameaça levar a empresa espanhola Mondo ao tribunal por incumprimento do contrato que devia dar um novo piso ao Pavilhão Desportivo Vavá Duarte. É que a empresa já recebeu 4.608 contos – 50% do montante estipulado para a obra – como adiantamento e até agora não deu sinal de vida. O piso do recinto interno foi retirado há mais de um mês, a pedido da empresa que exigiu tudo limpo para poder colocar o novo soalho a partir do dia 6 de Fevereiro, e a Mondo, depois de sucessivos adiamentos, remete-se agora a um silêncio inquietante. Não aparece nem diz porque não vem.

O contrato foi celebrado em Outubro do ano passado com uma empresa nacional, representante do grupo internacional Mondo, conforme explicou ao LANCE o técnico da DGD e director do Pavilhão Vavá Duarte, José Luís.
Ficou acordado que a obra seria entregue em 45 dias, a contar a partir da assinatura do documento. “Antes da retirada do piso, recebemos um e-mail em que a Mondo, além de garantir que daria início à recolocação do soalho no dia 6 de Fevereiro, dizia que era necessário retirar o piso anterior e fazer uma limpeza de fundo, para que encontrasse tudo pronto para arrancar com a obra”.
Mas “para a surpresa de todos, a Mondo deu o bolo à DGD”. No dia marcado, 6 de Fevereiro, não apareceu ninguém para colocar o piso novo e o Pavilhão continua lá todo “descascado”.
Entretanto, a DGD recebeu mais um correio electrónico da Mondo onde a construtora aponta vários constrangimentos, entre os quais o mau tempo na Europa, como motivos do atraso na entrega dos materiais para a obra. E indicou 13 de Fevereiro, como a data efectiva para colocar mãos à obra. Só que até agora, também, nada feito.
Findo o prazo, a DGD prepara-se para recorrer às instâncias judiciais e assim pedir a penalização da construtora por não cumprimento do contrato. Aliás, a DGD já constituiu advogado para tratar do assunto. “Infelizmente, às vezes confiamos nas empresas e estas não cumprem, mas para isto temos tribunais e instâncias para recorrermos. Com isto é que não podemos continuar”, afirma José Luís, avançando que a DGD quer ver esta situação resolvida o mais urgente possível porque vai arrancar dentro em breve o campeonato internacional de andebol, a ser disputado no Pavilhão Vavá Duarte.
Os desportistas também reclamam que este atraso na reposição do piso está a dificultar o normal desenrolar do programa das modalidades de salão na cidade da Praia. De resto, por causa dessa mudança de piso, a selecção nacional de ginástica faz os seus treinos de preparação para o campeonato africano fora do recinto principal do Vavá Duarte. Mais, na edição anterior este jornal notificou desmaios de atletas provocados pelos jogos de andebol debaixo de um sol ardente, porque o recinto interno não está em condições.
E, o mais grave, Praia precisa deste recinto reformado o quanto antes, como do pão para a boca, pois é o único polidesportivo de que dispõe a capital do país. Sim, as autoridades – Câmara e Governo – desde os anos 80, quando foi constituído o Gimno Desportivo de Chã de Areia, na altura uma jóia de coroa nacional, ainda não conseguiram dar a uma cidade de 150 mil habitantes mais um polidesportivo condigno e à altura das centenas de atletas que evoluem nas modalidades de salão em Santiago Sul.
Seja como for, a inauguração do piso novo está agendada para o dia do aniversário da morte do patrono do Gimnodesportivo, Vavá Duarte, a 30 de Março. Nesse dia as equipas nacionais de basquetebol e voleibol vão disputar um torneio em homenagem a Vavá Duarte.
Não é a primeira vez que o Gimnodesportivo muda de piso. A primeira foi em 2002, quando o piso de madeira foi substituído por um outro, de “manutenção mais fácil”, como disseram as mentes “brilhantes” de serviço na altura. E doaram o piso de madeira (que vinha desde a construção do Gimno) ao Liceu do Palmarejo, onde continua bem instalado. Agora, pelos vistos, os responsáveis do Gimno se dão conta que a mudança de piso foi de pouca serventia. E volta-se a mudar o piso que, tudo leva a crer, voltará a ser de madeira. Isso, se a Mondo aparecer. Neste momento o salão interno do Gimno Desportivo de Chã de Areia não é mais do que cimento descascado.
Por: Diana Martins Asemana

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