Wednesday, May 12, 2010

Corpo de Gigi chega hoje à cidade da Praia

Chega hoje à cidade da Praia o corpo de José Augusto Barbosa Fernandes, mais conhecido no mundo futebolístico por “Gigi”, que faleceu no passado sábado em Lisboa, aos 77 anos, vítima de doença prolongada.

Gigi foi um dos melhores jogadores da história do Vitória Futebol Clube da Praia e da selecção nacional, nos anos 60. Teve uma passagem por Angola, mais foi no Vitória que encontrou a alegria de jogar e revelou-se como um dos melhores centrais da sua época. Jogou ao lado de jogadores como Salvinha, Luis Bastos, Chico Évora, Mãozinho, entre outros.
O corpo de Gigi vai ser sepultado no cemitério da Várzea amanhã, quarta-feira, às 16 horas.

Gigi, o central que impunha respeito
Nascido a 19 de Março de 1933, cedo Gigi despertou para o mundo do futebol, com os seus dotes de central impetuoso e poderio em campo. Durante a sua infância, vestiu a camisola do Boavista da Praia e dos Leões de Arizona, também da capital. No início dos anos 50, jogou nos campeonatos de subúrbio pela Académica da Praia e Argentina.
Entretanto, foi ao serviço do Vitória que Gigi iria revelar todo o seu potencial e capacidades futebolísticas e tornar-se num dos melhores jogadores da história do clube, sobretudo nos anos 50 e 60 do século passado. Neste período glorioso para o Vitória, Gigi, capitão, sagrou-se campeão de Santiago em 1959, tendo levado para casa também os prémios de melhor central da Praia e de Cabo Verde.
Na selecção nacional, Gigi também teve uma passagem gloriosa, fazendo parte da equipa nacional que participou nas comemorações dos 500 anos da descoberta de Cabo Verde, em 1960. Gigi ainda teve uma passagem pelo futebol angolano, em 1964, tendo deixado de jogar ao mais alto nível em 1966, com 33 anos.
Regressou ao nosso país em 1975, tornando-se logo dirigente do Vitória. Na selecção nacional desempenhou as funções de massagista, de 1976 a 2000. Por motivos de saúde afastou-se das lides do futebol no início de 2000. Entretanto, foi também na saúde, como enfermeiro, que Gigi mostrou outra das suas qualidades e conquistou muitos amigos quando trabalhava no Hospital Agostinho Neto, na Praia.
Quem teve oportunidade de privar em campo com Gigi, recorde-o como um dos grandes centrais de Cabo Verde nos anos 60. Salvador Hopffer, mais conhecido por Salvinha, ex-guarda-redes, lembra que era um central que dava segurança aos guarda-redes e que impunha muito respeito aos avançados contrários.
Também Gil Fernandes, irmão e companheiro no Vitória, recorda Gigi como um central forte e muito respeitado em campo nos anos 50 e 60. Por isso, considera que o futebol cabo-verdiano fica mais pobre com a perda de mais um dos seus melhores futebolistas da sua história.
RP

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